Livro: Superdicas para Falar Bem em conversas e apresentações
Comunicar-se é necessário. Comunicar-se bem é preciso. Essa frase eu inventei agora, parafraseando Fernando Pessoa. E é uma realidade. Reinaldo Polito, um dos principais professores na arte da oratória, preparou este livro de bolso com 60 dicas importantes para quem precisa melhorar sua comunicação.
Saber conversar é útil em qualquer circunstância, e é uma qualidade que sempre ajudará a abrir as portas para o sucesso.
Trata-se de uma edição de bolso, formato 10 x 15cm, com 60 pequenos capítulos de duas páginas. Mas, não se engane: este é um dos melhores livros que li sobre o assunto.
Aprenda a conversar
Logo nas primeiras dicas, vem duas pepitas de ouro. A primeira, sobre como começar e conduzir uma conversa. E seguida, a questão de ser bem humorado.
“Saber conversar é ter habilidade para contar histórias interessantes, mas também é a arte de saber fazer perguntas apropriadas para o momento”
Dependendo do objetivo, Polito ensina que tem perguntas-chave. Se a ideia é iniciar uma conversa ou criar um ambiente favorável em pouco tempo, utilize perguntas fechadas que produzem respostas rápidas, como “Quem?”, “Há quanto tempo?”, “Onde?”, “Quando?”. Isto porque este tipo de pergunta gera respostas objetivas. Mas, caso o objetivo seja motivar e fazer as pessoas participarem ativamente da conversa, usar perguntas abertas que exigem respostas mais elaboradas, como “O que?”, “Por que?”, “Como?” ou “De que maneira?”.
Humor
Polito ensina que ser bem-humorado é diferente de “bancar o palhaço e virar o bobo da corte”. Também é desnecessário ser vulgar ou usar trocadilhos grosseiros. Segundo ele, há uma linha muito tênue entre humor e vulgaridade e passa-la pode significar destruir um bom trabalho de construção de imagem.
Também é importante demonstrar claramente que se está brincando. Muitas vezes, a ironia pode não ser percebida e, por isso, é melhor deixar esclarecido. Outra importante dica é aprender a rir de si mesmo. Uma gafe, um tropeço, qualquer situação inesperada ou mesmo as próprias características físicas pode ser um caminho para um comunicador mais descontraído e cativante.
Contar histórias
Saber contar histórias interessantes é, segundo Polito, um dos mais preciosos recursos da boa comunicação. Mas a dica de ouro mesmo é: “bem curtinhas e de vez em quando”.
Também é muito importante demonstrar conhecimento, mater a coerência e, principalmente envolver o público na sua mensagem. Usar o “nós” pode ser uma expressão mágica no seu discurso.
Vícios de linguagem
Outro problema que destrói a imagem de bom comunicador são os vícios de linguagem, como “né”, “ãããã”, “hummmm” e assim por diante. Polito ensina que o primeiro passo é ter consciência dessas falhas e, assim, conseguir evita-los.
Observe o seu público
Conhecer o público é uma tarefa importantíssima para o comunicador. As vezes, não temos tempo para pesquisar, estudar e obter mais informações do público. Então, a saída é observá-los.
É preciso considerar o nível intelectual dos ouvintes, avaliando o conhecimento deles. Muitas vezes, é necessário adaptar a apresentação ou mesmo a conversa diante dos ouvintes.
Até mesmo a questão do vestuário é enfocado pelo professor Polito. É preciso ter critério e adequação, para que a leitura do público sobre sua intenção ou mesmo sua personalidade sejam corretamente observadas e sentidas.
Ritmo
Um recurso importantíssimo de uma palestra é o ritmo da fala. Polito indica que, se você tem o hábito de falar rápido, deve manter esse ritmo. Para isso, indica três técnicas importantes: falar com boa dicção, fazer pausas ao final de cada raciocínio e repetir informações importantes.
Por outro lado, se o seu hábito é o contrário, falar devagar, também existem dicas importantes, como continuar olhando para os ouvintes, cada vez que voltar a falar, fazê-lo com ênfase, fazer pausas apropriadas e eliminar vícios de linguagem, como o “ãããã”, nas pausas entre uma fala e outra.
Variar o ritmo também é uma técnica importante, para evitar a monotonia e não cansar o público.
Volume e intensidade da voz
Polito é tão cuidadoso neste ponto, que dá três dicas para o uso de microfones. Muita gente tem dúvida se deixa o equipamento no pedestal, se o utiliza nas mãos ou ainda se opta por um microfone de lapela.
Microfones tradicionais, seja utilizados à mão ou no pedestal, devem ser deixados na altura do queixo, a aproximadamente dez centímetros da boca. Evitar curvar-se em direção ao microfone, mas procurar mantê-lo sempre direcionado para seus lábios, para captar melhor. Em caso de optar-se pelo de lapela, deixa-lo o mais próximo da boca e trocá-lo se perceber que a qualidade de áudio é pior em comparação a um microfone tradicional.
Também é importante utilizar o volume adequado. Para um público grande, é melhor mesmo utilizar um microfone, para não forçar as cordas vocais. Se for uma reunião pequena, dosar o volume, evitando gritar e, claro, não sussurrar se a reunião é para um público maior, acima de 20 pessoas, principalmente sem o uso de microfones.
Usar ou não recursos de apoio?
O livro ainda traz dicas sobre quais tipos de materiais de apoio são mais adequados a apresentação e quais são os mais adequados.
Entre os recursos estão fichas com palavras ou frases-chave que podem ajudá-lo a pontuar a apresentação. Pode ser utilizado, desde que você não leia o tempo todo, porque faz a apresentação ser cansativa para o público.
Começar e terminar bem
Polito também explica porque não começar a comunicação contando piadas ou pedindo desculpas. Primeiro porque, se a piada não funcionar, haverá constrangimento na certa. Do público ou do comunicador! A ideia é, se for o caso, utilizar a piada no meio da palestra, quando todos já estão mais a vontade um com o outro.
Também pedir desculpas nem sempre é sinônimo de educação. Por exemplo, se estiver um problema de saúde, alguma dificuldade, e começar pedindo desculpas, por exemplo, por estar resfriado, só vai chamar a atenção para o problema em si, desconcentrando a ouvinte.
Para encerrar, Polito sugere para caprichar no encerramento. Um gran finale é sempre ideal para coroar o bom trabalho do comunicador.
Ele traz oito modos de encerrar bem uma palestra: Elogiar honestamente os ouvintes, fazer uma alusão a própria ocasião, contar um fato histórico, aproveitar um fato bem-humorado 9principalmente se estiver relacionada ao conteúdo), utilizar uma circunstância (pessoa, lugar ou tempo, criando identificação com o público), levantar uma reflexão, fazer uma citação ou apelar para uma ação, como por exemplo “coloque em prática tudo o que aprendeu nesta resenha! Obrigado!”
Nesta resenha, já descrevi várias das 60 dicas do professor Reinaldo Polito. Se aqui você já aprendeu bastante, imagine lendo o livro. Conforme comentei, é um livro de bolso e cada dica, mesmo bem explicada, é curtinha, com apenas duas páginas bem rápidas de ler e fáceis de entender.
#leiturarecomendada