Livro : O Corpo Fala
Todo mundo já ouviu falar de linguagem corporal e comunicação não-verbal. Esse é um importante aliado na hora de paquerar, fechar negócios e realizar algumas importantes transações. Lançado na década de 80, este clássico é atemporal e ainda um guia extremamente útil para melhorar sua comunicação interpessoal, com muitos exemplos e figuras ilustrativas.
Pierre Weil, psicólogo francês residente no Brasil, professor na Universidade Federal de Belo Horizonte, escrevei este livro em parceria com Rolando Tompakow, artista gráfico e professor da Fundação Getúlio Vargas. Com estes nomes, certamente muita gente pensou tratar-se de uma obra traduzida. Mas, não. Originariamente, lançada pela editora Vozes, aqui mesmo no Brasil.
O corpo fala : teoria e prática
A principal característica do livro é que ele é dividido em duas partes: uma teórica e uma prática, com linguagem bastante agradável e simples. As ilustrações auxiliam muito na compreensão do texto.
Para analisar o comportamento humano, Pierre Wiel e Tompakow utilizam a comparação com três animas: o boi, a água e o leão. A região do abdômen, que seria relacionada ao boi, representa a vida instintiva e vegetativa. O tórax, do leão, a vida emocional e, finalmente, a cabeça, relacionada a águia, representa a vida mental e intelectual. Os três formam a figura do ser humano, representando o conjunto do todo. É a consciência e o domínio dos três inconscientes (boi, leão e águia) já apresentados.
Nesta parte do livro, descobrimos como analisar as reações consideradas inconscientes, que vai desde a postura corporal até a atitude perante as demais pessoas e a si mesmo.
Como o corpo fala no dia a dia
Em seguida, os autores propõem colocar em prática o que se aprendeu. Nesta parte do livro, eles sugerem que passemos a observar as pessoas do cotidiano, de forma a interpretar os gestos, e traduzi-los de acordo com a percepção.
Nestas análises, os autores sugerem a observação de um sorriso, onde olhos, lábios e sobrancelhas revelam a intenção por trás desta atitude, podendo ser de felicidade ou maldade.
Mas os autores seguem aprofundando. É possível descobrir, por exemplo, que a carga genética – ou, possivelmente, o exemplo seguido das pessoas que nos são próximas, está relacionado com a forma como percebemos, reconhecemos e interpretamos gestões. Também há explicação sobre o porquê do ser humano se identificar com um grupo de pessoas e rejeitar outros.
Linguagem não verbal na prática
O livro ainda apresenta muitos exemplos práticos, com uma série de figuras que relatam situações em que seja possível identificar atitudes e expressões de resistência, ternura, interesse, rejeição, amor, raiva, ódio, tensão e outras. Alisar os cabelos, por exemplo, pode ser sinal de desejo (ou, apenas que a pessoa está mesmo arrumando as madeixas). Mas, em conjunto com outros gestos, é possível decifrar o que o corpo, inconscientemente está dizendo.
Estar diante de uma vitrine, com as mãos próximo a boca levemente aberta, pode ser um sinal de que “preciso disso”. Se é o vendedor, então melhor prestar atenção aos sinais. Caso o cliente leve a mão em direção a carteira, a decisão de compra está ainda mais próxima. Então, prestar atenção ao que diz o corpo na hora de uma negociação.
Finalmente, encerra o livro tratando do comportamento humano com o próprio eu, sobre as barreiras invisíveis que são apresentadas numa relação de poder, territorialidade e limites.
Este livro traz muito conhecimento sobre a linguagem do corpo, não-verbal, portanto, que pode contradizer o que é falado com palavras. Segundo os autores, é muito difícil dominar a linguagem inconsciente do próprio corpo. Finalmente, eles sugerem que uma mudança de certos aspectos corporais pode gerar mudanças emocionais e instintivas. Para isso, técnicas como ioga, dança e judô podem auxiliar bastante nesta transformação.
Eu amei este livro quando comprei e também li outro, dos mesmos autores: Relações Humanas no trabalho. Mas, este é o assunto para outra resenha!
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