19/11/2020

Livro: Ponto de Inflexão

Por Rodolfo Nakamura

Livro: Ponto de Inflexão

Todo mundo já pensou alguma vez na vida: “se, naquele momento, eu tivesse agido diferente, como eu estaria agora?”. Pois são esses momentos que o Flávio Augusto chama de pontos de inflexão. Neste caso específico, momentos em que uma decisão mudou o curso da história deste brasileiro empreendedor de grande sucesso.

Segundo o próprio autor explica nas últimas páginas do livro, seu grande objetivo é mostrar como é o seu mindset, ou seja, como ele pensa. Talvez assim, ele esteja contribuindo para que outras pessoas também reflitam sobre suas decisões e, assim, aumente as possibilidades de ser bem sucedido.

É um livro gostoso, divertido, daqueles que a gente não quer parar de ler. Foi lançado em 2019 pela editora Buzz.

Obstinação pelo sucesso

Algo que eu não imaginava na história de Flavio Augusto foi seu período como estudante. Eu sabia o que todo mundo já sabia: que ele decidiu não cursar Ciências da Computação na Universidade Federal Fluminense para dedicar-se a vender cursos de inglês. Tudo por causa de um grande amor pela Luciana – com quem é casado desde os 20 anos – que o fez primeiro ir atrás de um emprego. Depois, aos 23 anos, abrir sua primeira escola de inglês, até vende-la por quase R$ 1 bilhão.

No livro, Flávio Augusto, filho de um sargento do exército e de uma professora, conta esta trajetória como pano de fundo para sua mensagem. É quase autobiográfico.

A família morava no subúrbio do Rio de Janeiro (Jabour), em um bairro cercado de favelas. Ele estudava em uma escola pública. A mãe, sabendo do sonho de entrar no Colégio Naval, resolveu investir todo o salário de um dos empregos na formação do filho. Este foi o primeiro ponto de inflexão. Ele decidiu encarar uma longa jornada diária de transporte público e estudos para realizar seu sonho. Ele passou no primeiro concurso? Não. Ele decidiu não estudar no ensino médio regular para tentar novamente a escola militar. Esta decisão foi o segundo ponto de inflexão. Ele tinha três alternativas:

1 – Seguir o padrão e ir para o ensino médio.

2 – Fazer o cursinho novamente e tentar passar no concurso no ano seguinte.

3 – Ir para o ensino médio e ao mesmo tempo fazer cursinho.

Ele decidiu a opção mais ousada – número 2, contra tudo o que todos lhe orientavam.

A segunda vez, muito mais preparado, ele também não entrou. Mas sentiu que estava mais próximo. Então, outro ponto de inflexão. Resolveu, mais uma vez, fazer o cursinho e tentar novamente. Na terceira chance, foi aprovado. Mas, logo nos primeiros dias, percebeu que não se enquadrava no sistema militar.

Agora, eu não vou contar o que houve, para que você leia o livro. Mas, pelo menos mais dois pontos de inflexão ocorreram neste período. Um deles, foi, ao ser expulso do Colégio Naval, o que custou um relação conturbada com o pai, ele terminou o ensino médio e foi aprovado em várias das melhores Universidades do Brasil, incluindo a Unicamp, Universidade Federal do Rio de Janeiro e Universidade Federal Fluminense, além da Escola Naval, que lhe reaproximou de seu pai.

Nasce o comerciante por um grande amor

Aos 18 anos, Flávio Augusto conheceu Luciana, 3 anos mais nova, por quem apaixonou-se perdidamente. Neste momento, se deu conta de que não tinha dinheiro nem para pagar um sorvete ou ir ao cinema, quanto menos para casar-se.

Aí, começou a ganhar dinheiro vendendo relógio, indo buscar mercadorias até no Paraguai. Mas, vendo que teria pouco futuro neste negócio, resolveu procurar emprego no jornal. Mesmo sem experiência – e nem saber falar inglês – passou em todas as etapas do processo seletivo e conseguiu o emprego de vendedor de cursos de inglês.

Toda esta parte é muito divertida de ler e acompanhar. Recomendo muito a leitura, porque aqui não vou dar muito spoiler… só alguns, para você compreender o livro.

Carreira meteórica

Aos 23 anos, ele teve outro ponto de inflexão. Ou continuava como diretor da rede que lhe deu o primeiro emprego e experiência internacional na profissão, ou começava sua própria escola.

Decidiu começar seu próprio negócio, utilizando o cheque especial – R$ 20 mil – praticamente vendendo o almoço para comprar a janta! Após um sucesso inicial, veio mais um ponto de inflexão.

Pule ou cale-se para sempre

Esta frase está na contracapa do livro e mostra um momento em que ele viu-se diante de pular de Bungee Jump… ou não pular. O resultado, você já deve imaginar, pela própria frase que destaquei acima. Isso mesmo. Ou pular, ou lamentar-se o resto da vida de não te-lo feito na frente dos principais líderes de sua rede.

Ele conta de todo o aprendizado que teve do episódio, muitos deles relacionados à liderança. Um deles, já passei no final do parágrafo anterior!

Comprar um time de futebol e recomprar a WiseUp

Dois outros episódios que são conhecidos e que ele conta os bastidores foi como entrou no mundo do futebol. Muitos imaginam que foi uma estratégia pensada, uma oportunidade e, mais uma vez, Flavio Augusto nos mostra o caminho de seu pensamento estratégico.

Outra história interessante é seu comprometimento com os franqueados da rede e os motivos que o levaram a recomprar a WiseUp depois de alguns anos. Além da questão de um bom negócio, ele conta todas as dificuldades que encontrou, como grandes prejuízos que foram resolvidos em tempo recorde.

O livro traz vários episódios autobiográficos, muitos deles já apresentados nos demais livros (Geração de Valor 1, 2 e 3), além de posts nas redes sociais dele. O melhor, além da diversão, é o aprendizado que ele traz, suas ideias sobre empreendedorismo e, principalmente, como seus pontos de inflexão o levaram a um lugar que ele nem imaginava: a de ser um dos empresários mais bem sucedidos (e ricos!) do Brasil.

#leiturarecomendada